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10 Fevereiro 2008

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É passado mais de ano e meio do lançamento do último álbum, "10.000 Days", que os Tool disponibilizam finalmente ao público o tão anunciado vídeo do single Vicarious. Este videoclip, tal como os anteriores Schism e Parabola (do álbum "Lateralus"), é lançado em formato DVD.
Qualidade é uma das palavras que pode definir todo o trabalho desta banda, começando pela música produzida, passando pelos videoclips e acabando claro nas originais embalagens que acomponham os álbuns e DVD's. E esta não foge á regra. De novo os Tool nos brindam com uma embalagem apetrechada com lentes estereoscópicas e novos folhetos com imagens relativas ao vídeo realizado por Adam Jones e Alex Grey. Todo o "artwork" é de facto, um estrondo.
Em relação ao DVD em si não há muito a dizer. É constítuido pelo vídeo da música Vicarious mais alguns extras: um documentário sobre o trabalho de Adam Jones e toda a equipa que produziu este e outros vídeos da banda, storyboards e um pequeno filme sobre a galeria/santuário da arte de Alex e Allison Grey (Chapel of Sacred Mirrors). Para os que esperavam material "ao vivo", fica aqui a resposta dos Tool: muito difícilmente alguma vez iremos ter acesso a um DVD convencional de vídeos em concerto.

Em suma, mais uma pérola para os fãs da banda de Maynard James Keenan, Justin Chancellor, Danny Carey e Adam Jones. Mais que um simples DVD, é um pedaço de arte para expor na prateleira.

 

09 Fevereiro 2008
 

O livro já tem cerca de cinco anos, mas certamente ainda há quem não o tenha, por isso aqui fica o link. Tool: A Book Of Interpretetions é precisamente a interpretação de um admirador dos Tool, no qual "disseca" as letras de três dos albuns da banda: Ænima, Salival e Lateralus. Boa leitura.


19 Outubro 2007
 

Anúncio no site oficial da banda, o novo DVD/Vídeo da Vicarious será lançado dia 18/19 de Dezembro!

Imagem disponibilizada no www.toolband.com:

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08 Novembro 2006
 
 
Tool deslumbraram no Pavilhão Atlântico
 

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"Quem esteve ontem à noite no Pavilhão Atlântico teve a oportunidade de assistir a uma actuação simplesmente deslumbrante dos Tool. Pela segunda vez este ano em Portugal, a banda de Maynard James Keenan, Adam Jones, Justin Chancellor e Danny Carey conseguiu finalmente ter as condições (quase) perfeitas para mostrar todo o seu potencial audiovisual em palco. E dizemos quase apenas devido aos conhecidos problemas de acústica do Atlântico.

 

Mas no que diz respeito aos Tool, pouco ou nada (mesmo nada) se pode apontar à sua actuação. Este foi, provavelmente, o melhor dos três concertos que a banda californiana deu no nosso país. Desde a qualidade de execução dos temas - o primeiro deles, "Stinkfist" - até ao espectacular jogo de luzes que desta vez acompanhou o mural vídeo, os Tool presentearam os milhares de fãs com um espectáculo de fazer inveja aos que ficaram em casa, já satisfeitos com o concerto no Super Bock Super Rock.

 

Maynard deixou o chapéu de cowboy e apresentou-se em palco de máscara de gás na cara, com microfone incorporado e tudo, a fazer lembrar um pouco os tempos de "Undertow". O público cantou os primeiros versos de "The Pot", segundo single do novo álbum "10,000 Days", e Justin fez as delícias dos aficionados do baixo aos primeiros acordes de "Forty Six & 2".

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Apesar do alinhamento ter sido composto por 11 temas, a verdade é que a actuação dos Tool durou quase duas horas. "Schism" e "Sober" foram dois dos clássicos inevitáveis (pena foi não ter havido tempo para outros) antes do encore.

 

No entanto, e em vez de regressarem aos camarins para os habituais cinco minutos de intervalo, os quatro músicos preferiram o degrau que eleva as posições de Maynard e Danny para se sentarem descontraidamente a descansar perante uma plateia sedenta por mais música. Justin acendeu o seu isqueiro, pedindo que o público fizesse o mesmo. A resposta foi afirmativa. Afinal, foram muitos os isqueiros que escaparam à demorada revista dos seguranças e polícias à porta do recinto.

 

«Vamos tocar mais uma», anunciou Maynard, «depois de tocarmos outra... depois de tocarmos outra». "Lateralus", "Vicarious" e "Aenema" fecharam um dos concertos do ano, e um dos melhores em termos de produção audiovisual no nosso país. Ficou, porém, a promessa de um regresso no final do próximo Verão, provavelmente num festival ao ar livre.

 

Os Mastodon actuaram na primeira parte do espectáculo. A apresentar o seu novo disco de originais, "Blood Mountain", o quarteto de Atlanta iniciou o seu set quando metade do público ainda estava no exterior do recinto. O que é pena, porque muitos terão sido os que não tiveram a oportunidade de assistir ao regresso a Portugal de um dos valores crescentes no panorama actual do metal."

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Tool no Pavilhão Atlântico: Mestres do Rock progressivo
 

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"Apoteótico, misterioso, fenomenal, apocalíptico e desconcertante são alguns dos adjectivos que servem perfeitamente para caracterizar a actuação dos Tool ontem no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. A banda californiana regressou a Portugal, depois de, já este ano, ter actuado no Festival Super Bock Super Rock. Na bagagem trouxe o seu mais recente trabalho, "10,000 Days", tendo brindado o público português, que quase encheu o Pavilhão Atlântico, com um espectáculo formidável. Ao longo de hora e meia, o colectivo composto por Maynard James Keenan, Adam Jones, Danny Carey e Justin Chancellor conseguiu criar uma experiência sensorial deveras impressionante.

Os Tool subiram ao palco passava alguns minutos das 22h00. E preencheram logo todo o seu comprimento. Tal como em estúdio, cada um dos elementos ocupa o seu lugar, como peças de um puzzle que se encaixam perfeitamente sabendo que, todos juntos, fazem parte de um núcleo poderoso. Guitarrista e baixista nas extremidades do palco enquanto o baterista e o vocalista, Maynard James Keenan, posicionaram-se num plano mais atrás. Maynard surgiu em tronco nú, vestindo calças de ganga, botas texanas e com o cabelo em forma de crista. Mas um dos adereços mais peculiares que mostrou foi uma "máscara" que incorporava o próprio microfone. Ao longo do espectáculo, o músico, com uma capacidade vocal estrondosa, demonstrou poses peculiares, flectindo as pernas e gesticulando como se estivesse a comandar uma nave. Outras vezes, permaneceu envolto numa amálgama de imagens, sendo apenas possível visualizar a sua silhueta. Enigmático, sem dúvida.

O quarteto californiano iniciou a actuação ao som do groove cadente de 'Stinkfist'. Com uma qualidade de som densa mas coesa, o espectáculo foi evoluindo a todos os níveis. Em 'Jambi' destaque para um solo de guitarra notável de Adam Jones que, juntamente, com a sua voz processada, deram um toque de magia ao tema. Ou 'Schism', por exemplo, com Maynard a cantar ao mesmo tempo que debitava notas musicais no sintetizador. Quanto ao público, esteve sempre em sintonia com a banda, aplaudindo efusivamente todos os temas do alinhamento.

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É impossível dissociar a música dos Tool da sua componente cénica. Para isso, quatro ecrãs projectaram imagens do seu artwork muito próprio. Tal como a progressão da música, a sequência de imagens também seguiu o mesmo caminho. No final, para completar este ataque aos cinco sentidos, ainda vieram os raios laser. 

Os Tool querem ser diferentes em tudo. E conseguem-no. No encore, em vez da habitual saída de cena, o quarteto ficou sentado, lado a lado, descontraidamente, em "amena cavaqueira", tendo, por algumas vezes, saudado os fãs portugueses. Na recta final, com temas como 'Vicarious' ou 'Aenima', a intensidade do espectáculo chegou ao seu expoente máximo. Som (pesado), imagem, cor e um jogo de luzes impressionante com raios laser verdes fluorescentes a tocar as paredes do Pavilhão Atlântico, deixaram a assistência a salivar por mais. No que respeita ao universo do rock progressivo, os Tool demonstraram, uma vez mais, a razão pela qual são considerados verdadeiros mestres.

Os Mastodon actuaram na primeira parte do concerto já com muito público a assistir (mas ainda com filas intermináveis de gente lá fora...). A banda de Atlanta trouxe na bagagem o seu mais recente trabalho "Blood Mountain" tendo mostrado uma força e agressividade sonora impressionantes."

 

14 de Outubro 2006

 

Critica ao novo álbum dos Mastodon, – banda que irá abrir para os Tool dia 5 – “Blood Mountain”.

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“Há quem jure a pés juntos que é ao terceiro disco que se percebe realmente o valor de uma banda – a sua capacidade de vingar, de evoluir e até mesmo de deixar uma marca no movimento que se insere. No espectro da música mais pesada foi o que os Iron Maiden fizeram com “The Number of the Beast, os Metallica com “Master of Puppets” e os Slayer com “Raining Blood, três discos e bandas que se transformaram rapidamente em clássicos do género. Nesta altura ainda é cedo para dizer se “Blood Mountain” ou os Mastodon alguma vez vão atingir esse patamar, mas… À partida tudo indica que sim. Ao difícil terceiro álbum, o quarteto formado pelos geniais Brann Daylor, Brent Hinds, Bill Kelliher e Troy Sanders podia perfeitamente ter dado um tiro no pé e condenado a sua carreira [que prometia ser brilhante] a um final prematuro. Aliás, todas as condições estavam reunidas para que isso pudesse acontecer. Primeiro porque, nos últimos cinco anos e desde que o colectivo lançou “Lifesblood” [em 2001], muita coisa mudou à sua volta; depois porque essas mudanças os fizeram crescer desmesuradamente num muito curto espaço de tempo. De projecto curioso, que incluía na sua formação dois músicos que tinham acabado de passar dos lendários Today Is the Day, os Mastodon passaram a ser vistos – graças aos excelentes “Remession” e “Leviathan” – como uma das grandes esperanças da nova geração do peso. Esse estatuto permitiu-lhes fazer todas as digressões certas e conquistar uma enorme base de seguidores, mas também precipitou a separação da sua editora de sempre – a Relapse Records, uma das independentes mais influentes da actualidade – e a consequente união à gigantesca Warner Music. As torcidelas de nariz não se fizeram esperar – será que a companhia de nomes como Green Day, Disturbed ou My Chemical Romance iria, de alguma forma, comprometer a independência artística de um projecto que sempre primou pela arte da inovação? “Blood Mountain” responde a todas as dúvidas com um “não” peremptório – desde “Houdini”, dos Melvins, que não se ouvia um trabalho tão arrojado com selo de uma multinacional. E, nesse sentido, os Mastodon já têm o seu lugar de destaque garantido no trono na música extrema – nem que seja pela sua teimosia em não se deixarem domesticar. “Capillarian Crest” e “Bladecatcher” são o mais próximo que os Mastodon já estiveram da loucura descontrolada de Buzz Osbourne e companhia, por exemplo. É verdade, sim, que também estão mais melódicos que nunca – é notório que Troy Sanders evoluiu imenso desde que gravaram o ultimo disco ["This Mortal Soil" será apenas o exemplo mais obvio] e, graças às colaborações com Josh Homme [dos Queens of the Stone Age, em “Colony of Birchmen”] e Cedric Bixler-Zavala [dos The Mars Volta, em “Siberian Divde”], atingem aqui níveis de acessibilidade que nunca tinham experimentado no passado. No entanto, o dinamismo vocal que caracteriza este trabalho acaba por não comprometer em nada absolutamente nada a sua força; “Blood Mountain” é a continuação [i]lógica de “Remission” e “Leviathan”, ainda mais – progressivo, complexo, excêntrico – do que o quarteto serviu até aqui. De resto, o disco abre com dois temas incrivelmente poderosos – “The Wolf Is Loose” e “Crystal Skull” [que repete a colaboração com Scott Kelly, dos Neurosis] – e que prometem ombrear sem grande dificuldade com “March Of The Fire Ants” ou “Blood And Thunder” no alinhamento dos concertos da banda. Uma coisa é certa: se os Mastodon não atingirem o estatuto de uns Iron Maiden, Metallica ou Slayer é única e exclusivamente, porque continuam a ser demasiado arrojados e criativos num movimento onde a repetição das mesmas formulas, em alguns casos até exaustão, insiste em ser constantemente confundido com talento. Meus senhores, “Blood Mountain” é um daqueles álbuns raros que têm de estar forçosamente na vossa colecção… Alias, qualquer pessoa que aprecie boa música precisa urgentemente deste disco. Façam o que quiserem – comprem-no, peçam-no emprestado ou “roubem-no” – o que interessa é que o tenham no vosso leitor o mais rápido possível. [9]”

 

in Loud!

 

 

27 Setembro 2006
 

Os Mastodon foram a banda escolhida para fazer a primeira parte do concerto dos Tool, dia 5 de Novembro no Pavilhão Atlântico. A banda norte-americana vai poder apresentar ao público português o seu novo álbum, "Blood Mountain". Álbum esse que conta com participações especiais de artistas como Josh Homme (Queens of the Stone Age), Scott Kelly (Neurosis) e Cedric Blixer-Zavala (The Mars Volta). Esperamos também pequenas passagens pelos álbuns anteriores, principalmente pelo magnífico "Leviathan".

Melhor aquecimento não podíamos pedir…

 

Site oficial: www.mastodonrocks.com

 

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31 Julho 2006
 

Os bilhetes para o tão aguardado concerto que se irá realizar no dia 5 de Novembro no Pavilhão Atlântico, já estão disponíveis para venda.

 

Preços:

Balcão 2€ 25,00

Rampa€ 25,00

Plateia em Pé€ 30,00

Balcão 1€ 35,00

 

Para mais informações e compra do bilhete visitem o site do Pavilhão Atlântico.

 

 

27 Julho 2006

 

Para quem gosta de Tool, a edição deste mês da revista Loud! é algo que não se deve perder. Para além de fazer a critica ao novo álbum e ao concerto no SBSR, traz ainda um poster de Maynard James Keenan.

 

Tool

10,000 Days

Disco do Mês

 

“Quando o seu disco de estreia [o EP “Opiate”, de 1992] chegou aos escaparates, os Tool foram imediatamente – e muito injustamente – associados ao movimento grunge. O género oriundo de Seattle dominava as tabelas de preferência do público e, em geral, tanto a crítica como a indústria andavam desesperadamente à procura de uns “novos Nirvana” que nunca chegaram a aparecer. A atitude ligeiramente mais progressiva patente em “Undertow” mostrou o colectivo liderado pelo misterioso Maynard James Keenan jamais poderia ser vendido como parte de uma qualquer tendência, revelando uma forte individualidade que se tornou ainda mais óbvia à medida que os registos seguintes – o envolvente “Ænima” e o complexo “Lateralus” – foram chegando lentamente aos escaparates. Muito à semelhança do que aconteceu no final da década de 90 com os Deftones – eternamente associados aos rótulo nu-metal, mas possuidores de uma personalidade que os impede de ficar limitados a um só espectro musical – os quatro músicos oriundos de Los Angeles foram estabelecendo uma personalidade muito própria e souberam exactamente como crescer sem nunca comprometerem aquela atitude mais experimental que os caracterizou desde a sua formação. Pelo caminho surpreenderam e hipnotizaram tudo e todos – da sólida base de seguidores à indústria a que estão associados, passando inclusivamente pela crítica que teima em decifrar todas as suas movimentações. Uma banda assim está, como é óbvio, inevitavelmente condenada a ser alvo de um culto fervoroso. O fenómeno não seria tão curioso se a música dos Tool não fosse, ela própria, uma experiência tão pessoal e difícil de partilhar com alguém que não partilhe também a nossa vida. Ouvir um disco dos Tool é uma daquelas experiências que se sentem com o coração e estômago, difíceis de explicar por palavras dessas que vêm nos dicionários – pelo menos sem, por diversas vezes, termos vontade de nos calarmos para pormos o disco a tocar… Faz mais sentido deixar a música falar por si própria, e pronto. Aliás é precisamente isso que “10,000 Days” – separado do seu predecessor por cinco anos de silêncio quase absoluto – faz… Além da excelente experiência visual proporcionada por uma das embalagens mais geniais de que há memoria nos últimos anos, “10,000 Days” é – essencialmente – mais uma aventura sonora com o cunho personalizado do grupo. Em termos de novidade e/ou inovação esta colecção de onze canções pode não ser um registo tão arriscado ou refrescante como “Ænima” ou até “Lateralus”, mas nunca deixa os créditos de Maynard [voz], Adam Jones [guitarra], Danny Carey [bateria] e Justin Chancellor [baixo] por mãos alheias e não incluí um único momento menos inspirado. A secção rítmica brilha entre linhas ondulantes e angulares, o guitarrista faz do seu instrumento uma fonte de texturas incrivelmente envolventes e o vocalista… bem, aquela voz – que não encontra par na cena rock actual – mostra-se mais sentida do que nunca. Maynard James Keenan, em parte inspirado pela morte da sua mãe [a que são dedicadas “Wings For Marie, Pt. 1 e o tema-título], tem aqui uma das prestações mais inspiradas – e, liricamente, directas – de sempre. Quando o musico implora em “10,000 Days (Wings Pt. 2)”, “should you see your Maker’s face tonight / Look Him in the eye, look Him in the eye, and tell Him: “I never lived a lie, never took a life, but surely saved one”” é praticamente impossível não sentirmos um longo arrepio na pele. No entanto, mais do que “apenas” uma soma das suas partes, os Tool sempre se afirmaram – e continuam a afirmar – como um todo, indissociável e feito para ser digerido como uma experiência contínua. “10,000 Days” está muito longe de ser um álbum fácil de compreender na sua totalidade à primeira audição, mas desafios deste género – e também de outros menos óbvios – sempre atribuíram à música do quarteto um valor incalculável e particular. Voltar consecutivamente a temas como “Vicarious”, “Jambi”, “The Pot”, ou “Rosetta Stoned” é descobrir, audição após audição, novos pormenores e ambientes, texturas que quase jurávamos não estarem lá da última vez. Obrigado, por mais uma experiência transcendental. [9]”

 

 

(…) “E, assim, se passou do oito ao oitenta… O fanatismo e a curiosidade que uma banda como os Tool suscita já é mais do que obvio. Foi exactamente perante uma plateia dividida entre devotos e curiosos [preparados para se converterem a qualquer momento] que os quatro músicos norte-americanos actuaram. Ainda os primeiros acordes de “Stinkfist” estavam a sair do sistema de som e já estava tudo de queixo caído, entre a admiração dos que nunca os tinham e o fascínio de quem já os conhecia tão bem. Uns e outros, prontos a devorar tudo – o som perfeito do inicio ao fim [caso raro durante estes dois dias de actuações], quatro ecrãs que projectavam imagens hipnóticas e, claro, Maynard James Keenan. A voz – aquela voz que canta temas como “The Pot”, “Sober”, “Vicarious” ou “Ænema” com uma emoção incrivelmente assustadora e contagiante – relegada para um segundo plano, num palco em que as figuras dominantes eram o guitarrista Adam Jones, o baixista Justin Chancellor e o baterista Danny Carey. Com todos os sentidos bem alerta, porque é a isto que se chama “uma experiência extra-sensorial”.”

 

                                                   LOUD!

 

 

26 Julho 2006

 

Está confirmado. Os Tool vão actuar dia 5 de Novembro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Mais datas foram também anunciadas para a tour europeia.

 

 

11 Julho 2006
 

Novas datas foram anunciadas para a Tour 2006 (Verão/Outono), nomeadamente nos Estados Unidos e Canadá, desta vez acompanhados pelos Isis.

Cada vez mais perto o regresso a Portugal...

 

 

12 Junho 2006
 

Já está nas bancas a edição de Junho da revista portuguesa LOUD!. E pela primeira vez na sua história, os Tool são os artistas escolhidos para figurar na capa. A entrevista é feita a Maynard James Keenan, onde são abordados, como não podia deixar de ser, assuntos sobre o novo álbum, mas também sobre o percurso da banda nestes últimos 13 anos.

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9 Junho 2006
 

Ainda sobre o grandioso álbum 10,000 Days, o suplemento "Y" do jornal "O Público", diz:

 
TOOL
10.000 days
8|10
 

"Não é para todos, um disco como "10.000 days", ou um grupo como os Tool. Até mesmo para eles quatro são demasiadas a intensidade, a profundidade - afinal, quatro álbuns em 13 anos não é um ritmo de edição alucinante. Ainda com a (excelente) actuação do quarteto norte-americano no Super Bock Super Rock deste ano, é preciso dizer que, não sendo fácil entrar no mundo dos Tool, os resultados para quem o faz são compensadores. "10,000 Days" está compactado com 75 minutos de música, com nove longos temas que se comprazem em surpreender. Numa mesma canção (se é que se pode chamar canção a algo tão informe como, e é só um exemplo entre muitos, "Jambi"), temos tempos de premeditado prolongamento da excitação, pela repetição de motivos neo-trash, logo depois temos "breaks" colocados em sítios "errados", temos guitarras a sair do tom onde deixam o baixo, temos vozes encravadas a puxar-nos para sítios que, não sendo logo aparentes ou bonitos, nos deixam com vontade de conhecer melhor. "Art metal cerebral" já lhe chamaram, mas este álbum puxa muito mais pelo metal, fazendo esquecer que foi pensado pela mente."

 
 
 

4 Junho 2006
 
Tool em destaque na edição de Junho da revista norte-americana Revolver.
Basta clicar na foto para aceder á entrevista completa...
 

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31 Maio 2006
 
 
Tool ao vivo no SBSR
 

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"Era a segunda vez que os Tool pisavam o solo português e, pela segunda vez, mostraram-se ao seu público sob o formato festival e ao ar livre. Embora seja de agradecer o facto dos promotores de espectáculos portugueses terem descoberto os Tool em 2002, a verdade é que o quarteto norte-americano perde alguma da sua essência num palco a céu aberto. A intimidade é diminuída e os pequenos pormenores contemplativos e ambientais parecem perder-se na ânsia de decibéis elevados.

Com "10,000 Days" na bagagem, os Tool souberam entregar um espectáculo coeso, diversificado e que fez com que as milhares de pessoas que se juntaram no Parque Tejo presenciassem um concerto intenso e multidimensional. Acompanhada por imagens e efeitos visuais que alternavam entre o perturbante e o alucinante, a música dos Tool consegue transfigurar-se num verdadeiro ser orgânico complexo e provocador. Ninguém ficou indiferente.

O alinhamento do concerto manteve-se coerente ao dos concertos anteriores nos Estados Unidos da América e conseguiu percorrer toda a discografia da banda com maior proeminência, como é natural, para "10,000 Days". A abertura com “Stinkfist” fez apertar os espaços e aumentar a tensão. “The Pot” foi recebida com entusiasmo e acompanhada pelas vozes uníssonas do público. “Jambi”, por seu lado, revelou-se como uma possante música ao vivo com vários momentos electrizantes e mostrou-nos Adam Jones com a sua talk box. De seguida surge “Schism”, o primeiro single retirado de "Lateralus" (2001), com uma adição inesperada a meio, onde a banda acelerou inesperadamente num momento quase thrash. A meio do concerto surgiu “Right In Two” e com ela vieram as ondas sónicas galopantes e que conseguiram criar um dos momentos mais avassaladores da noite. O encore foi iniciado por “Vicarious”, que apesar de ter resultado bem com o público, pareceu não ter a força necessária para suceder a “Lateralus”, uma das melhores interpretações da noite e cujos efeitos visuais, através de movimentos em espiral, pareceram sacudir o público um pouco mais acima da existência real.

De mencionar, ainda, que o concerto começou um pouco mais tarde que o habitual, devido a alguns problemas com os computadores responsáveis pelos efeitos visuais, o que poderá ter feito com que a banda tenha cortado do alinhamento “Lost Keys (Blame Hofmann)” e “Rosetta Stoned”, duas faixas habituais nesta nova vaga de concertos dos Tool.

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Toda a banda esteve exímia e descontraída, com uma atitude discreta mas nada fria. Maynard James Keenan, na sua personagem de cowboy descoordenado, abriu o concerto com o sonoro “Boa noite Lisboa” e transformou-o numa espécie de festa de aniversário de Sean Kinney, baterista dos Alice In Chains que fazia 40 anos nesse começar de dia 27. Adam Jones percorreu os riffs de guitarra no seu estilo habitual, soturno e inexpressivo (quase incomodativo por vezes). O baixista Justin Chancellor pareceu ser o elemento mais activo e que melhor interagia com o público, balançando incessantemente e trocando sorrisos com os que o observavam. Terminando o quarteto, Danny Carey foi soberbo por detrás da sua extensa e monstruosa bateria. Quer nos momentos calmos, como na tabla de “Right In Two”, quer nos picos de intensidade de “Forty Six & Two”, “Schism” e na introdução a “Sober”, foi um verdadeiro deleite sonoro e visual a forma como Carey demonstrou a sua arte e mestria.

No final, após a apoteose de “Ænema” e em forma de abraço de grupo, ficou a marca de um concerto memorável e a promessa de regresso no Outono. E parabéns Sean Kinney.

Alinhamento: “Stinkfist”, “The Pot”, “Forty Six & 2”, “Jambi”, “Schism”, “Right In Two”, “Sober”, “Lateralus”, “Vicarious”, “Ænema”.

 

30 Maio 2006
 
Tool ao vivo no SBSR 2006
 
 
"Uma espiral de emoções"
 
 

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"Com uma fantástica prestação dos Tool terminou sexta-feira, em grande, o Primeiro Acto do Festival Super Bock Super Rock (SBSR). O Parque Tejo recebeu quase 40 mil pessoas e, numa bem quente noite de Verão, a multidão pôde assistir a alguns dos melhores concertos dos últimos anos em festivais nacionais." (...)

 

(...) "A fechar a noite, os Tool deixaram meio mundo de boca aberta, com um espectáculo que foi uma espiral de emoções. Puro delírio sónico e visual, numa genial simbiose de som e imagem. Em início de digressão, o quarteto conheceu problemas com dois dos quatro ecrãs, mas o metal psicadélico (exótico mesmo) desde cedo que deixara a assistência como que siderada! Do novo ‘10 000 Days’ tocaram "Jambi" e "Vicarious", mas foi com temas como ‘Sober’, ‘Lateralus’ e ‘Aenima’ que o grupo mais impressionou. Maynard (voz), de ‘look’ à ‘Taxi Driver’, prometeu regresso no final do ano e lembrou os 40 anos do baterista dos Alice In Chains, celebrados em Lisboa." (...)

 

(...) ""Gostamos de arrepiar" (Adam Jones, fundador e guitarrista dos Tool)

Correio da Manhã – Antes de fundar os Tool, foi escultor e designer de filmes como ‘Parque Jurássico’ e ‘Julgamento Final’. É por isso que a música dos Tool é tão cinemática?

Adam Jones – Penso que sim. Adorei trabalhar em ‘Parque Jurássico’ e, na verdade, a nossa música tenta transmitir emoções, uma intensidade para além das canções. Gostamos de arrepiar as pessoas [risos].

– Além de guitarrista é também responsável pelo ‘art-work’ e vídeos dos Tool. Qual o conceito que tenta transmitir?

– Eu só supervisiono o trabalho, que é de todos. Compomos tema a tema, misturamos e depois traduzimo-los para imagens. É um trabalho colectivo que implica consensos. Foi assim para o novo disco, com os ‘óculos’ e aquelas imagens.

– Cada canção funciona, portanto, como um filme?

– É isso mesmo. Cada tema é uma história que visualizamos e transpomos para imagens. ‘10 000 Days’ é uma colecção de histórias com os seus filmes."

 

29 Maio 2006
 
Tool ao vivo no SBSR 2006
 
 
Festival SBSR XL, 2º dia: «A bomba» estalou
 

 "O Super Bock Super Rock encerrou ontem, sexta-feira (dia 26), o seu primeiro capítulo, num dia que ficou marcado por um significante aumento de público e por melhores prestações das bandas presentes, tanto no palco principal como no palco Quinta dos Portugueses. A melhor actuação só chegou mesmo no fim, com os Tool a deixar os presentes mais estupefactos do que eufóricos. (...)

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«Obrigado por terem vindo... à festa de anos de Sean Kinney», foi assim que Maynard James Keenan, o vocalista dos Tool, iniciou a recta final do concerto que (quase) todos queriam ver. Atente-se que Sean Kinney é o baterista dos Alice in Chains, e segundo Maynard celebrava 40 anos naquele dia. Facto que não parou de evidenciar durante toda a actuação, na qual se mostrou bem disposto, comunicativo e com um maior à vontade.Atrás dele, e da restante banda, figuravam quatro ecrãs onde enormes imagens em movimentos hipnóticos acompanhavam os temas. Como, aliás, vem sendo hábito num concerto de Tool. Imagem e som estiveram em harmonia desde «Stinkfist», a abrir o concerto na perfeição, passando por «The Pot» e «Sober», até terminar em «Vicarious» e «Aenema», num final que irá certamente ficar marcado na memória de muitos, pela sua intensidade e genialidade."

 

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Tool: a ferramente perfeita
 

"Os Tool iniciaram no SBSR XL a sua tournée europeia de promoção do álbum "10,000 Days", recentemente editado. E que começo!

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Visualmente a banda não descura nenhum pormenor: os quatro ecrãs gigantes estrategicamente posicionados em palco contribuem para efeitos visuais psicadélicos que adicionam à música dos Tool um efeito cénico peculiar. A projecção de imagens surreais de decadência humana conseguem alcançar o difícil resultado de envolver o espectador numa equação meticulosa de música, som e imagem. Aos primeiros acordes, era como se os reis do espectáculo estivessem a anunciar a sua chegada. Os Tool são, realmente, majestosos em palco . E vão provando isso ao longo do concerto. Através da sua música e dos respectivos efeitos visuais, têm a habilidade de fazer-nos sentir pequenos reduzindo o ser humano a uma mera insignificância. É como se a banda tivesse descoberto a ferramenta perfeita que dá acesso a uma nova dimensão de conceito de espectáculo.

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O vocalista Maynard James Keenan permanece envolto numa penumbra visual misteriosa. Não precisa de ser, o que é vulgarmente denominado, o líder do grupo porque a música dos Tool não necessita desse tipo de protagonismos. A consistência musical, que roça diversas vezes a perfeição (se é que ela existe), forma um todo coeso difícil de igualar. O vocalista mostrou uma presença em palco desconcertante, partilhando com todos o seu imaginário particular através da música.

 

Músicas como 'Jambi' ou 'Vicarious', incluídas no novo álbum, transpiraram uma potência sonora fenomenal, tal e qual papel químico do trabalho gravado em estúdio.

A banda norte-americana mostrou ainda alguns dos temas incluídos nos álbuns anteriores, "Lateralus", "Aenima" e "Undertow" num misto de vocalizações espantosas envoltas em sons densos onde o metal, o punk e o trash coexistiram plenamente. A rendição do público foi total.

No final, ainda a tentar assimilar tudo aquilo que vimos, ouvimos e sentimos, ficamos com a certeza que Lisboa foi congratulada com um dos melhores concertos deste ano. Enquanto os Tool se despediam do público, um dos fãs, visivelmente perturbado, que se encontrava perto de nós confessa de forma espontânea: «Se morresse agora, era o gajo mais feliz do mundo». Sem comentários."

 
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SBSR: Rock agressivo e comtemplativo
 
 

"Os Tool fizeram-se esperar, apesar de alguma impaciência do público. Quando finalmente entraram em palco, trouxeram um convite para uma combinação poderosa de música, imagem e misticismo. Maynard James Keenan e companhia não vieram dar mais um concerto - vieram quase que cumprir uma espécie de ritual único. Não há momentos altos, o concerto funciona como um todo. Pela atmosfera que criam, pela riqueza musical e criativa, uma actuação ao vivo dos Tool não deixa ninguém indiferente."

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Estas e outras fotos estão agora disponíveis aqui.
 
 

17 Maio 2006
 

Está ja disponivel no site oficial da banda a newsletter de Abril, que fala, entre muitos outros assuntos, da actuação no festival Coachella - o primeiro concerto da digressão de promoção ao 10,000 Days -, nos E.U.A. Podem ver também, algumas fotos do concerto, fazendo antever o que nos espera dia 26 de Maio...

 

Uma pequena curiosidade. Tentem ouvir a Viginti Tres seguida da Wings For Marie (Prt 1), ao mesmo tempo que a 10,000 Days (Wings Prt 2). Reparem, Viginti Tres (5:02) + Wings For Marie (6:11) 11:13, e a 10,000 Days tem precisamente 11:13. Experimentem...

 
 

10 Maio 2006
 

Segundo o site billboard.com, o recente novo álbum "10,000 Days", vendeu mais de 560,000 cópias nos E.U.A., desde a sua entrada no mercado (2 Maio). Relembro que o álbum Lateralus, vendeu, igualmente nos E.U.A., 2,3 milhões de cópias desde o seu lançamento (2001) até á presente data.

 

É igulamente notícia, que os Tool estão a preparar o edição de um DVD-single do tema "Vicarious", talvez semelhante aos lançamentos Schism/Parabola efectuados este ano.

 
 

5 Maio 2006
 

Crítica feita ao álbum "10,000 Days" pelo site www.hiddentrack.net:

 

 
Tool
10,000 Days
*****

"Os Tool regressam em 2006 com um novo álbum intitulado 10,000 Days, nome que, muitos poderão achar, parece descrever precisamente o tempo que separa cada lançamento da banda norte-americana. A antecipação era muita e os Tool, geralmente, correspondem convenientemente. Após algumas audições denota-se que em vez de progredirem exponencialmente nas suas composições, criando um disco que fosse um claro (e previsível) passo em frente, os Tool fizeram uma espécie de revolução nostálgica. Assim se explicam os vários momentos “déjà écouté” que vão surgindo nas diversas faixas e assim se explica a experimentação vocal de Maynard James Keenan, os novos adereços na guitarra de Adam Jones e na bateria de Danny Carey e na distinta progressão técnica de Justin Chancellor.

Antes de colocarmos o CD a rodar na aparelhagem, há que apreciar a luxuosa e original embalagem que os Tool nos oferecem. Em conjugação com Alex Grey, pintor e artista plástico que já tinha criado o artwork de Lateralus (2001), os Tool mergulham-nos na estereoscopia. Para quem desconhece, esta técnica consiste em criar uma imagem com efeito tridimensional através da junção óptica de duas imagens semelhantes. Para que seja mais fácil a sua implementação, os Tool incorporaram na embalagem de 10,000 Days duas lentes estereoscópicas que permitem visualizar correctamente o folheto. Esta é uma experiência fascinante e que potencia o prazer que se retira de 10,000 Days enquanto uma obra artística de corpo, alma e espírito.

O primeiro single retirado do álbum é, simultaneamente, a sua faixa introdutória. “Vicarious” é directa e contundente, possivelmente como nunca os Tool foram nos seus trabalhos anteriores. A letra é despida de artifícios, como que para impedir desvios de interpretação, e move-se pelo sentimento de “schadenfreude”, isto é, o relativo prazer sádico que se retira ao assistir ao sofrimento alheio. Mordaz e cáustico, Maynard critica a posição cómoda e perversa do telespectador actual e do seu constante interesse vampiresco por histórias dramáticas e trágicas. Instrumentalmente, “Vicarious” traz ainda os restos de Lateralus (2001) consigo. Na bateria começam a notar-se alguns dos novos elementos de 10,000 Days, através da utilização de tempos pouco convencionais e de inspiração polirítmica - resultado esperado após a confraternização dos Tool com os suecos Meshuggah e do interesse de Danny Carey por percussão oriental.

Seguindo o trilho rítmico imprevisível chegamos até “Jambi”, a composição onde esta qualidade mais se evidencia. Um breakdown musculado, um solo de guitarra filtrado por uma "talk box" e riffs de "piquetagem" deslizante são as suas características principais. Apesar de paradigmática da nova fase dos Tool, “Jambi” limita-se a ficar num limbo de tensão e antecipação por algo que nunca surge verdadeiramente.

"Wings for Marie (Pt 1)" e "10,000 Days (Wings Pt 2)" constituem uma composição só, de magnitude épica. A particularidade da divisão incide sobre a forma como Maynard canta. Em "Wings For Marie (Pt 1)" a sua voz soa tão grave como se de um monge budista se tratasse e antecipa o tom de elogio fúnebre e tributo que se segue. É aqui que o título do álbum é explicado: dez mil dias correspondem a cerca de 27 anos, o exacto período de tempo que a falecida mãe de Maynard passou numa cadeira de rodas após sofrer um aneurisma. A letra é uma ode de despedida: “Ten thousand days in the fire is long enough, you’re going home.”
No processo de composição das suas músicas, os Tool fazem com que a parte instrumental anteceda sempre a parte lírica. As palavras e melodias construídas por Maynard são extensões e complementos do trabalho efectuado pelos restantes três elementos. Nesta música, esse processo é por demais evidente. Emocionalmente devastadora,
"10,000 Days (Wings P.2)" circula entre tempestades (cedidas por Lustmord), ascensões angelicais e o pleno término do ciclo de vida. Mais do que tudo, esta é uma música sobre amor - tanto na sua dimensão umbilical, como religiosa. São raras as músicas capazes de penetrar desta forma no espírito humano.

A música seguinte surge como que uma compressa emocional e faz regressar os Tool da época de Ænima (1996): sarcásticos, humorísticos e aludindo à utilização de drogas. “The Pot” tem um sabor a grunge revivalista, um baixo possante até ao limite e uma letra crítica e politicamente corrosiva. O início, no entanto, irá soar estranho aos seguidores do trabalho de Maynard. Apenas ligeiramente mais aguda, a sua voz aparece perfeitamente transfigurada e traz-nos à memória “Opiate”, comprovando que a sua génese da banda não se perdeu com o passar dos anos.

“Lipan Conjuring” é uma faixa de intervalo, um pequeno momento de contemplação. Seguindo as práticas da tribo nativo-americana Apache Lipan, é entoado um cântico de ponderação e perspectivação da vida. É o meio do álbum. Respiremos e prossigamos.

Albert Hofmann, inventor da droga alucinogénica L.S.D., celebrou em Janeiro deste ano o seu centésimo aniversário. Facto útil para compreender os próximos minutos de 10,000 Days.

A introdução é feita por “Lost Keys (Blame Hofmann)”, onde num diálogo clínico um médico procura estabelecer contacto com um paciente para o poder ajudar. Com uma melodia que não cativa completamente e algo extensa em duração, esta faixa consegue ser, contudo, eficaz no seu propósito: a preparação necessária antes de entrar em “Rosetta Stoned”. O título já é sugestivo de que algo estranho e enigmático se irá passar nos próximos minutos e o início da música é um autêntico murro no estômago. Maynard inicia o seu relato à velocidade de disparos de metralhadora, cuspindo palavras distorcidas em todos os sentidos de forma alucinada. Raptos alienígenas, revelações messiânicas e ataques de amnésia nada convenientes povoam “Rosetta Stoned”. A dada altura, as guitarras trazem-nos reminiscências de músicas passadsa, como “H.” ou “Third Eye”, mas o embalo não deixa dúvidas, estamos em 10,000 Days. Se esta faixa vos incomodar ou inquieatar, já sabem, a culpa é do Hofmann.

O final do álbum surge de forma mais descontraída. “Intension” plana serenamente enquanto a bateria de Danny se transfigura electronicamente e “Right In Two” encerra oficialmente as canções de 10,000 Days, já que “Viginti Três” não é mais que cinco minutos obscuros e ambientais de frequências ondulantes. “Right In Two” é uma música sólida e de melodias fortes, tanto a nível vocal como instrumental. Danny Carey é mais uma vez o elemento que mais se salienta, oferecendo-nos uma interpretação formidável de percussão. Alguns irão reconhecer as semelhanças deste trecho com a versão ao vivo de “Pushit”, presente em Salival (2000). Mais um dos momentos de nostalgia transfigurada.

Apesar da sua elevada qualidade, 10,000 Days não será um álbum consensual. O mais acérrimo dos seguidores dos Tool tanto poderá adorar as novas composições e os novos elementos que contém, como poderá achá-las redundantes, repetitivas ou demasiado incaracterísticas. Mas os Tool sempre fizeram música primeiramente para eles próprios, não para quem espera por eles. É na atitude do ouvinte que 10,000 Days conseguirá encontrar o seu devido lugar. Se permitirem, como eu o fiz, esse lugar poderá ficar reservado a este álbum durante milhares de dias."

Autor: Gonçalo Sítima.

 

2 Maio 2006
 
Sobre o novo álbum, "10,000 Days", o site allmusic.com disse:
 
Tool
10,000 Days
****

tool76.jpg

"In an age where major labels dictate that new releases from bands appear on record store shelves every 18 months or so, rare is the artist given freedom and ability to reflect and stretch out to explore creative evolution and release music as an artist, rather than the prepackaged predictability of an entertainer. Thankfully, Tool has somehow managed to circumvent these rituals, releasing a record every four to five years as they so feel the need. This ability to patiently craft their musical direction has paid off for not only the band, but for listeners, as they've been able to expand their musical vocabulary from album to album with great precision, all the while remaining true to the foundations that built such a loyal, if not cult-like, following. But with this absence comes changes to the popular music landscape, as new bands and sounds (as well as a new generation of heavy metal fans to entertain) replace and stimulate the charts. Namely: a lot can happen in five years, especially with a fickle rock audience that is overinundated with constant new bands' songs. The group defied expectations (and even got radio airplay) with Lateralus, but would fans stick with them during the hiatus? There were moments when Maynard James Keenan would emerge courtesy of A Perfect Circle, and there were also several stunning video DVDs to pacify while 10,000 Days was being written, along with cryptic messages via their website, but that was about it.

Thankfully,
10,000 Days was worth the labor pains and wait to deliver. It's not only a step forward for the band, but a re-embracing of the epic-length rock songs found at the roots of early heavy metal. The album starts out with Vicarious, which features some of Maynard's most straightforward lyrics since Ænima's "Hooker with a Penis". Essentially a biting commentary on reality television, information stimulus overload, and living through others' experiences, it's only a brief glimpse of what's to come, as 10,000 Days also offers some of Keenan's most confessional lyrics. The 17-minute epic "Wings for Marie/10,000 Days" is an ode to his mother, who passed away during the band's hiatus after dealing with paralysis from a stroke for 27 years. In a way, it's voyeuristic to listen to someone working out family issues on disc, but Keenan does it in a way that's sensitive and honest without ever treading the careful line between melodrama and sincerity. Most of the songs are a bit long in the tooth when compared to most metal songs these days, but then again, Tool isn't exactly just another band, either. With most songs clocking in over six minutes, the exercises in songwriting wouldn't work as well with any other band. But when you have such high-caliber musicianship as Danny Carey and Adam Jones anchoring drums and guitar, respectively, it's hard to make a wrong turn. The anger that served as fuel for some of their greatest works has been replaced with calmer and more introspective moments as they patiently work out rhythm and melodic passages from one theme to the next. That's not to say the anger isn't still there; it does check in from song to song, but like most of Tool's fan base that has stuck with them through their first recordings, the group has evolved beyond that stage and has moved on to new concepts to explore. So depending upon which Tool you are looking for, you're either going to love or hate 10,000 Days. If it's the hard-driving band with an intellectually driven existential anger and fits of Hot Topic-laden angst, they've fled for other pastures (probably to Arizona Bay). But if you're looking for the Tool whose passion and introspection is complemented by intense emotion, brutal honesty, and musical maturity, you'll be hard-pressed to find a better metal album in 2006."

 
 

25 Abril 2006
 
Hoje vi isto...
 

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20 Abril 2006
 
Sim, o novo álbum dos Tool já circula pela net, e sim já muita boa gente o ouviu. Mas descansem porque essa mesma boa gente vai comprá-lo dia 2 de Maio. Não vou divulgar links, procurem por vocês mesmos, desde que o comprem depois... Para quem ainda não o ouviu, diga-se que os rumores estavam certos, o álbum irá mesmo chamar-se 10.000 Days. Só mesmo a capa continua a colocar algumas dúvidas, mas tudo indica que será a imagem avançada pelo site oficial.
 
 

15 Abril 2006
 

O single "Vicarious" deveria estar disponível nas rádios norte-americanas só na 2ª feira 17 de Abril, mas graças a uma fuga de informação do site que a hospedava, a música está já em circulação pela internet... para quem a quiser ouvir, basta clicarem aqui. Se preferem esperar pelo dia 2 de Maio, esqueçam esta noticia...

 

Agradecimentos ao Gotham pela informação...

 
 

27 Março 2006
 

O site Billboard.com disponibilizou hoje a notícia que dá conta que a música "Vicarious", será o primeiro "single" do novo album, com aproximadamente 7 minutos, e que chegará as rádios norte-americanas a 17 de Abril.

Adianta ainda, que o novo album contará, como era de esperar, com músicas de longa duração. Nomeadamente "Rosetta Stoned" e "10.000 Days ( Wings Pt. 2 )", as duas com aproximadamente 11 minutos, "Intension" com 7:21 e "Right in Two" com 8:56.

Ainda assim fica a dúvida se isto não continua a ser uma espécie de manobra de diversão protagonizada pela banda...

 
 

21 Março 2006
 
Está já disponível no site oficial dos Tool, a capa e o logo que irá (supostamente) fazer parte do novo album (provisoriamente) intitulado 10.000 days. Observem...
 

xmdays_logo.jpg

10000days.jpg

12 Março 2006
 

Já estão confirmadas os nomes das músicas que irão fazer parte integrante do próximo álbum de originais, intitulado “10.000 Days”. Aqui fica a lista completa:

 

Vicarious

Jambi

Wings For Marie (Pt 1)

10,000 Days (Wings Pt 2)
The Pot
Lipan Conjuring
Lost Keys (Blame Hofmann)
Rosetta Stoned
Intension
Right In Two
Viginti Tres

tool64.jpg